Neste Dia Mundial da Saúde, celebramos os avanços que promovem bem-estar — e destacamos o papel da cannabis medicinal na construção de uma saúde mais integrativa.

Por Dra. Lih Vitória, Biomédica

No dia 7 de abril, celebramos o Dia Mundial da Saúde, data estabelecida em 1948 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de promover reflexões e ações voltadas à melhoria da saúde global. Este é um convite à avaliação crítica das estratégias de saúde pública e das inovações terapêuticas que vêm moldando a medicina contemporânea.

Ao longo das últimas décadas, os desafios de saúde populacional tornaram-se mais complexos. Transtornos mentais, doenças crônicas, dor persistente e condições neurodegenerativas exigem abordagens terapêuticas integrativas e baseadas em evidências. A cannabis medicinal surge como uma alternativa terapêutica segura e eficaz, especialmente para pacientes refratários às abordagens farmacológicas convencionais.

De acordo com a OMS, o Brasil apresenta a maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo, com cerca de 9,3% da população acometida. Além disso, condições como a depressão, que afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas globalmente, continuam a representar um importante fardo para os sistemas de saúde. A pandemia de Covid-19 intensificou esse cenário, com um aumento de 25% nos índices de ansiedade e depressão em 2020.

Neste cenário alarmante, a cannabis tem se destacado como uma ferramenta terapêutica de alto valor clínico, com propriedades ansiolíticas, antidepressivas, anticonvulsivantes, anti-inflamatórias e analgésicas bem documentadas na literatura científica. Diversos estudos apontam que canabinoides como o canabidiol (CBD), tetrahidrocanabinol (THC), canabinol (CBN), canabigerol (CBG) interagem com o sistema endocanabinoide, um eixo fisiológico essencial à regulação do humor, do sono, da dor e da homeostase geral do organismo.

Condições como epilepsia refratária, dor neuropática, espasticidade da paralisia cerebral, TEPT, transtornos do sono e distúrbios de ansiedade têm demonstrado significativa melhora clínica com o uso individualizado e supervisionado da cannabis medicinal. A segurança e a eficácia desses tratamentos, quando acompanhados por equipe médica especializada, estão pavimentando novos caminhos para a prática médica baseada na personalização terapêutica.

O reconhecimento do papel da cannabis no cenário da saúde é também um reflexo da evolução ética e científica das políticas públicas. Ao ser inserida no debate do Dia Mundial da Saúde, a cannabis deixa de ser apenas um tema controverso e passa a integrar uma estratégia legítima de cuidado centrado no paciente. A reabilitação do seu uso terapêutico simboliza o avanço de uma medicina mais integrativa, menos estigmatizada e mais conectada com as reais necessidades da população.

Entretanto, é importante reforçar que o uso medicinal da cannabis exige prescrição individualizada, acompanhamento médico rigoroso e controle de qualidade farmacêutica dos produtos utilizados. A automedicação, além de perigosa, pode comprometer o potencial terapêutico dos fitocanabinoides.Neste Dia Mundial da Saúde, a Bcure reforça seu compromisso com a ciência, a inovação terapêutica e a promoção de uma saúde integrativa, acessível e baseada em evidências. Acreditamos que a cannabis representa não apenas um recurso farmacológico importante, mas um marco de transformação no paradigma da saúde contemporânea.

Referências

  • MATTOS, Leda Ulson. DIA MUNDIAL DE SAÚDE. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 20, n. 1, p. 3-4, 1986.
  • PEREIRA, Bruno Viana et al. Avaliação do conhecimento populacional no Dia Mundial da Saúde. Revista Ciência em Extensão, v. 16, p. 235-242, 2020.
  • Thompson MD, Martin RC, Grayson LP, et al. Cognitive function and adaptive skills after a one-year trial of cannabidiol (CBD) in a pediatric sample with treatment-resistant epilepsy. Epilepsy Behav. 2020;111:107299. doi:10.1016/j.yebeh.2020.107299
  • Collin C, Davies P, Mutiboko IK, Ratcliffe S; Sativex Spasticity in MS Study Group. Randomized controlled trial of cannabis-based medicine in spasticity caused by multiple sclerosis. Eur J Neurol. 2007;14(3):290-296. doi:10.1111/j.1468-1331.2006.01639.x
  • Rehman Y, Saini A, Huang S, Sood E, Gill R, Yanikomeroglu S. Cannabis in the management of PTSD: a systematic review. AIMS Neurosci. 2021;8(3):414-434. Published 2021 May 13. doi:10.3934/Neuroscience.2021022

Com sede no Vale do Silício, somos líderes em biotecnologia para suplementação nutricional, com certificado de boas práticas em manipulação pela regulamentação dos Estados Unidos. 

Canabinoides para o Tratamento de Enxaquecas

O potencial terapêutico dos canabinoides para o tratamento de enxaquecas é um campo empolgante e em rápida evolução. Embora as evidências atuais ainda estejam em estágios iniciais, a modulação do sistema endocanabinoide oferece uma abordagem promissora para o manejo da dor e dos sintomas associados à enxaqueca. Alguns estudos descobriram que pacientes que utilizam cannabis experimentam episódios de enxaqueca menos frequentes e menos intensos. Pesquisas contínuas e ensaios clínicos bem desenhados são essenciais para elucidar completamente os benefícios e as limitações das terapias baseadas em cannabis, abrindo caminho para opções de tratamento mais eficazes e personalizadas para os pacientes que sofrem de enxaqueca.

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